Emoções - Capazes de influenciar os nossos pensamentos e comportamentos
Ao nascermos já trazemos connosco uma bagagem de emoções básicas ou primárias. Elas servem para nos ajudar a comunicar as nossas necessidades. Estas emoções desempenham um papel crucial na nossa vida, influenciando a maneira como nos comunicamos, como tomamos decisões, atitudes adotadas, escolhas e acolhimento dos caminhos que seguimos.
Mas o que são exatamente as emoções?
As emoções podem ser compreendidas como respostas que experimentamos diante de diferentes situações. O tipo de emoção que sentimos depende tanto da situação em que nos encontramos quanto da forma como interpretamos esse acontecimento ou situação em particular.
É importante compreender que as nossas emoções não refletem apenas o que sentimos internamente, elas também têm um impacto profundo nos nossos pensamentos e comportamentos. Eles são como sinais restritos que nos guiam, informando-nos sobre as nossas necessidades, preocupações e desejos. Na verdade as emoções tem como função ajudar-nos a caminhar pelo mundo, fornecendo pistas sobre como reagir as diferentes situações que vamos vivenciando, embora por vezes, quando não as sabemos gerenciar muito bem, elas também podem atrapalhar o nosso caminho.
À medida que exploramos as complexidades das emoções ao longo das nossas vidas, é fundamental compreender que não existem emoções "boas" ou "más". Todas elas desempenham um papel importante na nossa experiência humana. A chave é aprender a refletir, compreender e gerenciar as emoções de uma forma saudável, para que possamos construir um caminho saudável.
Quais são as emoções Primárias?
As emoções primárias ou também básicas, são 6, e são aquelas que nos ligam como seres humanos, independentemente da nossa cultura. Mas antes de passar a descrever estas emoções e o que elas nos querem dizer, é preciso esclarecer que existem muitas outras, que derivam destas e se misturam, dando origem a uma variedade de emoções e sentimentos. Este é um campo de estudo em constante evolução, onde vários pesquisadores continuam a explorar essas complexidades emocionais.
As 6 Emoções Primárias:
Alegria: Uma emoção positiva, expressa por sentimentos de prazer, satisfação e bem-estar. É frequentemente associado a situações que nos fazem sentir felizes e realizados.
Tristeza: A tristeza é uma emoção negativa que envolve sentimentos de desânimo, melancolia e desinteresse. Ela pode ser uma resposta a perdas, rejeição, deceções, traumas ou situações difíceis.
Medo: O medo é uma emoção voltada para a sobrevivência, desencadeada por situações percebidas como ameaçadoras. Ele pode levar a reações de luta ou fuga, como aumento da frequência cardíaca, tremores e atenção aguçada.
Nojo: O nojo é uma emoção que surge diante de objetos ou situações repulsivas. Pode levar a reações físicas, como náusea e vômito, e também está relacionado a evitar substâncias ou comportamentos relacionados com traumas.
Raiva: A raiva é uma emoção intensa por hostilidade, meticulosidade e determinação. Embora muitas vezes seja vista como negativa, a raiva pode dar força, coragem e motivação para resolver problemas ou injustiças.
Surpresa: A surpresa ocorre em resposta a eventos inesperados e pode ser manifestada através de expressões faciais como olhos arregalados e boca aberta. Ela alerta para situações que requerem a nossa atenção imediata.
Desvendando um pouco sobre a Raiva:
A raiva é uma emoção poderosa que, em algum momento da nossa jornada humana, acaba por nos tocar profundamente. Ela manifesta-se em resposta a uma variedade de situações, desde injustiças reais ou não, frustrações do cotidiano, traições, ameaças percebidas e obstáculos inesperados. No entanto, a forma como a enfrentarmos também varia de pessoa para pessoa.
Uma das características mais marcantes da raiva é a sua intensidade variável, que vai desde uma elevação leve até uma fúria incontrolável. Acompanhando-a com frequência, estão as respostas físicas do corpo, como o coração acelerado, músculos tensos e pressão arterial elevada. Essa ocorrência fisiológica é um resquício ancestral da resposta de "luta ou fuga", preparando-nos para confrontar as situações percebidas no momento.
Embora a raiva seja uma emoção natural e, em algumas situações, até útil, como quando defendemos os nossos direitos ou reagimos a perigos iminentes, ela pode se tornar uma força destrutiva se não for devidamente dominada. Uma atitude constante e negativa da raiva pode destruir os nossos relacionamentos, incitar conflitos e, inclusive, prejudicar a saúde, desencadeando problemas como hipertensão e doenças cardíacas. Mais adiante, num outro post meu, falarei sobre a conexão entre a raiva e a somática, ou seja, como ela afeta o nosso corpo físico.
Se permitirmos que a raiva condicione os nossos pensamentos e sentimentos, ela poderá se tornar uma presença perpétua nas nossas vidas. Muitas vezes, a raiva "crônica" ou constante tem raízes profundas em experiências passadas de injustiça ou traição, embora nem sempre saibamos quando ou por quem essas feridas foram causadas. Vemo-nos frequentemente irritados, às vezes sem motivo aparente, ou projetando a culpa dos nossos sentimentos nos outros. Mas na verdade os únicos responsáveis pelas nossas emoções, somos nos mesmos!
Uma abordagem fundamental para lidar com a raiva é aprender a reconhecê-la e compreender as suas raízes profundas. Às vezes, a raiva pode mascarar sentimentos mais profundos, como medo, frustração, tristeza ou injustiça. Muitas vezes, por trás da máscara da raiva, escondem-se camadas de emoções mais sutis. Identificar esses sentimentos subjacentes traz uma maior consciência e abre novas portas para lidarmos com a raiva de uma maneira mais construtiva.
Existem diversas estratégias para lidar com a raiva de maneira saudável, incluindo a prática da autorreflexão, o desenvolvimento da empatia, a comunicação eficaz e técnicas de relaxamento, como a respiração profunda e a meditação. A terapia transpessoal também pode ser extremamente benéfica, oferecendo um caminho de maior desenvolvimento pessoal e aprender a lidar com as emoções, de uma forma mais completa e profunda.
Numa última análise, a raiva é uma parte intrínseca da experiência humana, uma força que pode nos envolver ou nos prender, dependendo de como enfrentamos. Aprender a compreender, canalizar e expressar a raiva pode fazer toda a diferença no nosso caminho de vida.
Espero ter ajudado e se estiveres a passar por algum episodio que necessites de ajuda, não exites em pedi-la. A mim ou a outro terapeuta que te faça sentido.❤️
Susana Amaral - Terapeuta Transpessoal