A Consciência e a Transformação Pessoal?
Por que tenho consciência do que me afeta, mas não consigo mudar?
Muitas vezes, as pessoas chegam à terapia em busca de uma mudança rápida, uma solução imediata para os desafios emocionais ou comportamentais que enfrentam. Como terapeuta, encontro-me frequentemente diante desse desejo de transformação instantânea. Vejo muitas vezes nos olhos de quem me procura uma mistura de desespero e esperança por uma "cura" que aconteça de forma rápida e definitiva.
"O mergulho interno nem sempre é fácil!"
Contudo, é importante lembrar que a consciência é apenas o primeiro passo de um processo muito mais profundo. Tornar-se consciente dos nossos padrões e emoções é crucial, mas é apenas o início! O verdadeiro trabalho, aquele que leva à transformação, exige mais do que uma compreensão intelectual, requer paciência, entrega e a disposição para mergulhar nas camadas mais profundas da nossa experiência.
Esse mergulho nem sempre é fácil. E muitas vezes, ao explorarmos mais a fundo o que nos limita, encontramos partes de nós mesmos que nos trazem dor. E é exatamente nesse ponto em que muitos hesitam ou desistem, culpando o processo ou até o terapeuta, sem perceber que é justamente aí que reside o potencial para a verdadeira transformação. A dor que emerge não é um obstáculo ao progresso, mas um sinal de que estamos a chegar ao cerne das nossas feridas.
Na minha prática profissional, vejo que a chave para essa transformação está no trabalho com as nossas feridas emocionais e traumas, especialmente com a nossa criança e adolescente interior. É aí que podemos acolher as partes de nós que ficaram magoadas, aprender a regular as emoções e libertar-nos dos padrões que herdamos da nossa família. Não é fácil, exige coragem, compreensão, compromisso e, acima de tudo, uma decisão consciente de mudar, independentemente do tempo que isso leve.
Não se trata de ficar preso ao passado, mas sem o acolher e compreender, é difícil alcançar uma verdadeira mudança no presente. Quando damos espaço a essas partes feridas, conseguimos curar o que nos impede de avançar e criar novas formas de estar na vida, mais alinhadas com quem realmente somos.
Este processo não é linear e, por vezes, envolve altos e baixos, mas com o apoio certo, aprendemos a lidar com esses momentos com compaixão e paciência.
Através da terapia, descobrimos o que nos bloqueia e encontramos a força para uma transformação profunda.
Embora a mudança leve tempo, cada passo é um ato de amor-próprio e cuidado com o teu bem-estar.
Com carinho,Susana Amaral - Terapeuta Transpessoal